Uma Passagem Para O Infinito: agosto 2015

30/08/2015

15 coisas que não aprendi em 15 anos.


Estou perto de completar 15 invernos e, bem, isso é muita coisa pra mim. Fiz uma lista de 15 coisas que eu não aprendi em 15 anos.

1 - Parar de ver o pior lado das pessoas.
Um dos meus piores defeitos é sempre ver o lado ruim das pessoas, aquele que erra, faz besteiras, e por mais que eu tente inverter a que lado enxergar, eu realmente não consigo.

2 - Deixar de ser egoísta.
Sou um pouco apegada demais às pequenas coisas que possuo e, na maioria das vezes, não consigo compartilhá-las com outras pessoas. Seja uma música, um livro, um cantor, um filme. Apesar de saber que apartir de qualquer palavra se ache qualquer coisa na internet, ainda não consigo me desprender totalmente de alguma coisa, não consigo "dividir" pessoas com outras que não gosto e prefiro que essas mesmas não saibam do que eu faço ou gosto.

3 - Gostar de mim do jeito que eu sou.
Apesar de defender que ninguém é perfeito e que somos fisicamente e psicologicamente diferentes, não consigo gostar de mim do jeito que eu sou. Sempre acho um defeito, uma falha, algo pra ficar insatisfeita comigo mesma. Eu até tento me achar bonita do jeito que eu sou e sempre fui, mas sinceramente é uma tarefa muito difícil.

4 - Deixar de me magoar com coisas bobas e a me preocupar com coisas importantes.
Eu nunca sei como agir quando algo importante ou grave acontece. Geralmente eu não ligo pra alguns sentimentos de algumas pessoas com as quais convivo ou não consigo ajudar quando algo acontece fora da minha zona de conforto, mas, ao mesmo tempo, quando começo a colocar esperanças em algo (ou pessoas), fico extremamente irritada ou deprimida quando qualquer coisinha dá errado.

5 - A expressar meus sentimentos.
Pra mim é totalmente impossível conseguir dizer pra alguém o que estou sentindo sendo 100% sincera. Não consigo confiar que alguém vai me entender e me ajudar, ou transmitir todos os meus sentimentos em palavras que façam sentido. É como se minha mente fosse um grande buraco negro.

6 - Confiar plenamente em alguém.
Depois de muita coisa que aconteceu comigo nesses últimos anos, eu aprendi com meus erros. Sei a hora que devo ficar calada e, com isso, além de sempre achar que não é a hora certa de me abrir com alguém, não consigo confiar nela o suficiente pra dizer o que estou sentindo. É como se só eu me entendesse, apesar de nem eu me entender o suficiente.

7 - Ser corajosa.
Já fui extremamente tímida, mas agora é tudo uma questão de conhecer a pessoa e me sentir confortável com o que estou fazendo. O problema é que, na maioria das vezes, não sou corajosa o suficiente. Não consigo enfrentar a maioria dos meus medos e, com isso, perco muitas oportunidades. Felizmente, 0,99% de mim já cogita ser mais persistente naquilo que acredito.

8 - Manter um blog.
Milagrosamente, esse é o único blog no qual eu realmente me empolguei, e apesar de não postar com tanta frequência, é o único que me faz sentir no qual eu estou no caminho certo. Minha habilidade com esses pequenos textos melhorou bastante e, apesar de pensar em desistir em alguns momentos, sei que toda jornada começa do primeiro degrau e é preciso paciência pra conseguir subir mais alguns.

9 - Gostar menos da solidão.
Curiosamente, me sinto melhor quando estou sozinha, sem outras pessoas por perto. Consigo me expressar melhor na madrugada, onde tudo está quieto e não há outras pessoas ao redor. Meus melhores textos saem na madruga e, é onde me sinto mais nostálgica e feliz. É a hora que mais gosto de assistir séries e clipes na tv, ou ouvir a rádio e algumas playlists. Meus pensamentos geralmente estão em ordem e não estou em conflito comigo mesma.
Lembrando que: Estar sozinha é diferente de ser sozinha.

10 - Correr atrás dos meus sonhos.
Geralmente, ou meus sonhos são muito absurdos ou impossíveis de ser concretizados no momento. Um ponto bom é que aprendi a separar sonhos de vontades, o que leva à uma lista menor de "coisas quase-impossíveis".  Geralmente desisto fácil ou crio menos esperanças/expectativas pois sou bastante realista, e sei se não vai ser naquele momento, não vai. Amadureci 10 anos em 1 nesse último ano e sei que, se não for naquele momento, é porque há um motivo maior. Sei respeitar e não sou birrenta nesse sentido.

11 - Acordar cedo.
Se tem uma coisa que eu amaria ter o poder, é o poder de acordar cedo (sem estar cansada e morrendo de vontade de voltar pra cama). Sou extremamente preguiçosa e, nunca consigo dormir cedo, e, curiosamente, quanto mais cedo eu durmo, mais sono e trabalho pra acordar no outro dia eu tenho. Não tenho poder sobre mim quando estou com sono, parece que a cama me lidera, simplesmente não consigo levantar se não for na marra e parece que meu corpo nunca obecede. O estranho é que, apesar de eu sempre acordar tarde quando posso, eu amaria acordar cedo e aproveitar todas as manhãs, seja pra assistir desenhos, ou aproveitar pra sair ou qualquer outra coisa. Se um dia eu conseguir ter o poder de acordar cedo sempre que eu quiser, vou me considerar uma vencedora na vida.

12 - Focar nos meus estudos.
Lá pela terceira série eu comecei a ficar mais desleixada em relação à escola. Comecei a deixar tarefas sem fazer, também foi quando comecei a tagarelar na sala, e a partir dali minha vida mudou completamente. Se eu pudesse voltar no tempo e deixar uma mensagem pra minha eu do passado, falaria pra ela não escutar os maus conselhos que pareciam tão bons na época.
Hoje os meus erros do passado pesam muito na balança. Tenho dificuldade em vários assuntos e preciso correr atrás dobrado pra conseguir pelo menos tirar uma nota boa na média. Tenho muita dificuldade com as lições e algumas matérias específicas (como matemática e física, argh) e a relação escola-aluno também conta muito em tudo isso.

13 - Ter a voz bonita.
Uuuurgh. Se tem algo que eu odeio, é a minha voz. Amo cantar, e apesar de nem cogitar a idéia de seguir uma carreia mesmo se eu tivesse uma voz bonita, a minha vontade de poder ter uma voz legal e agradável de se ouvir é infinita. Apesar de saber que é possível conquistar uma voz legal através de aulas de canto, sei que é um processo delicado e não sei se teria paciência pra isso, além de ser extremamente tímida em cantar perto de outras pessoas, veja lá fazer aqueles exercícios esquisitos na frente de todo mundo. Mas confesso que, se eu tivesse a oportunidade, tentaria deixar essa vergonha de lado.

14 - Me sentir em harmônia entre corpo-mente-idade.
Sempre acho que tenho uma maturidade avançada de mais pra minha idade, e às vezes também acho que sou uma babaca total. Assim como acho que meu corpo ainda não se adaptou de fato comigo e que eu ainda não formei totalmente a minha identidade. O bom é que, eu já sei o que eu quero e quem eu quero ser, o difícil mesmo é colocar em prática.

15 - Deixar de julgar as pessoas sem conhecer e deixar de lado o ódio gratuito.
Eu sei que essa de julgar sem conhecer (e não venham me dizer que é ter inveja sem admitir) é uma coisa imposta desde antes de nascermos pela sociedade, mas felizmente vivo numa época em que as pessoas tentam reverter isso e acabar com os estereótipos. O problema é que, uma parte de mim ainda julga e, pior ainda, espalha um pouquinho de ódio gratuito (mas sem prejudicar ninguém, juro de mindinho). Gostaria meeeeeesmo de deixar isso pra lá e seguir minha vida sem interferir na dos outros, mas essa é mais outra tarefa muito difícil e que é preciso lutar diariamente pra deletá-la de vez da minha vida.

15 tópicos são só uma parte das coisas que não aprendi ainda, mas que tento mudar todos os dias na minha monótona luta na tentativa de ser uma pessoa melhor. Gosto de fazer listas e várias delas vão aparecer aqui até alguma alma viva aparecer e dizer chega huehuehue.
Foi bem legal compartilhar um pouquinho dessa confusão que é a minha cabeça com vocês, isso é tudo pessoal.

26/08/2015

Mãe, obrigada por não ter criado uma princesa | Maria Gabriela Verediano



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 Mãe, a vida tem compromissos urgentes e sérios. Obrigada por ter me avisado e me mostrado cada um deles. Obrigada por não ter omitido de mim as durezas do mundo. Obrigada por não ter me protegido. Você preferiu as hipérboles do que os eufemismos. Sempre te achei exagerada. Dramática. Eu sei que não foi fácil para você assistir cada queda, cada erro meu. Sei que eu quis te culpar por não ser como as outras mães que afagavam as filhas. Você foi forte. Você me deixava chorar sozinha e depois passava Merthiolate. Merthiolate ardia "pra caramba", mãe. Você dizia que se eu esperneasse era pior. Ainda posso ouvir você me dizer isso. Até hoje, se eu espernear é pior. A vida é um grande levanta-e-cai. Mãe, obrigada por não ter montado um quarto cor de rosa para mim. Obrigada por não construir um castelo ilusório ao meu redor.
Obrigada por ter comprado mais pares de livros do que pares de brinquedos. Obrigada por me mostrar que o pão custava muito, que precisava diminuir o tempo no banho para economizar energia. A vida tem um custo alto, mãe. Ainda bem que você não criou uma princesa. Eu não saberia fritar um ovo, miojo seria meu prato principal. Ainda bem que você não sustentou nenhuma vaidade, porque me fez ver que eu era maior que isso.
Você me criou para o mundo, e este, o mundo real, não poupa as princesas. Obrigada por não ter me criado para esperar o príncipe do cavalo branco que resolveria todas as minhas aflições. A vida quer da gente é peito aberto, coragem e a cara para bater. Mãe, minha cara está dormente, mas não desisto não. Eu tropeço tantas vezes e tantas me reequilibro de novo. Mãe, eu mato a barata com medo mesmo. Eu desafio a esfinge com medo mesmo. Eu encaro o dragão com medo mesmo. Do jeito que sei e posso. O que não posso, mãe, é negar você três vezes. Negar o que você me ensinou. Obrigada por não ter criado uma princesa.

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 Esse texto foi escrito pela Maria Gabriela Verediano, e foi retirado desse site: http://lounge.obviousmag.org/descortinada/2015/01/mae-obrigada-por-nao-ter-criado-uma-princesa.html
Resolvi compartilhar pois, assim como ela, não fui criada como uma princesa e me orgulho disso. Me orgulho de saber as dificuldades da vida e que nem tudo é um pote de ouro no final do arco-íris.

02/08/2015

That's my generation!

Se destaque.
"Eu estou cansado de toda essa espera
E pessoas me dizendo o que eu deveria ser
E se eu não for tão maluco?
Talvez você que esteja errado, não eu
Então o que você vai fazer? O que você vai dizer?
Quando nós estamos no topo
E fazendo as coisas do nosso jeito
Você diz que nós não temos futuro
Você está vivendo no passado
Então escute bem!
Essa é a minha geração."
Infelizmente, em pleno século XXI, ainda vivemos em uma sociedade totalmente crítica e julgadora, porém, em pleno século XXI, já vimos várias ações revolucionárias e pessoas de mente aberta dispostas a mudar o mundo. Essa é a minha geração. 
Você que reclama dos discursos feministas, da parada gay, você que ri quando alguém diz que está tentando mudar a sociedade, você que é racista ou que julga uma pessoa pelas suas roupas, esse texto é pra você.
Eu realmente estou muito cansada de ouvir "Menina tem que usar vestido", "Você deveria ser mais feminina", "Você não vai viver de moletom", "Todo Gay é podre", "Como pode uma mulher gostar de outra mulher?" e mais outras baboseiras que pelo menos mais da metade da população fala. Na boa, um vestido não vai deixar uma menina mais feminina, assim como duas toneladas de músculos e um monte de meninas não vão deixar um menino mais masculino.
Se uma menina quiser usar uma calça jeans, ela vai usar, se um menino quiser deixar o cabelo crescer, ele vai deixar, qual é o problema? Só por causa do que os outros vão falar eles tem que se vestir de acordo com os tais "padrões de beleza" da sociedade? Onde está a diversidade cultural e a liberdade de escolha pela qual tanto lutaram nisso tudo?
Quando o casamento gay foi aprovado pela suprema corte dos EUA, vi muita gente postando uma imagem de uma criança passando fome com a legenda mais ou menos assim: "Quando a luta for por essa causa eu apoio". O ponto que eu quero chegar é, quantas dessas pessoas que compartilharam essa imagem já chegaram a doar uma blusa de frio na campanha do agasalho? Quantas deram um copo de água quando alguém chama na porta de casa? Quantas doaram um brinquedo que fica jogado lá no armário pra uma criança carente? Ou seja, a luta por essa causa está aí à anos e raramente alguém dá algum valor. Agora eu te pergunto, quantos não compartilharam isso só por estarem incomodados com essa grande conquista? Por acharam que isso é algo "feio", "desrespeitoso" e "desnecessário"?
Quantas pessoas homossexuais preferem não se assumir com medo da reação da família, com medo de sair na rua e ser agredido, com medo do que os outros vão dizer e de como a sociedade vai julgar, com medo de perder o seu espaço?
Quantas meninas e meninos se olham no espelho e se sentem totalmente tristes e culpados por estarem "gordos" ou não terem músculos o suficientes para terem o corpo perfeito no qual a sociedade insiste tanto? A anorexia, a bulimia e o uso de anabolizantes é o fruto de toda essa paranóia que tá aí na sociedade desde que eu me entendo por gente, e em muitos casos toda essa estipulação para o corpo perfeito vem de casa. SER MAGRO OU TER MÚSCULOS NÃO SIGNIFICA SER SAUDÁVEL!
O Brasil tem 50 mil casos de estupro por ANO, isso só os que são denunciados, porque a maioria das vítimas do estupro prefere não se pronunciar, com medo do agressor, ou porque sabe que a sociedade vai julgá-la como culpada, dizendo que foi por conta das roupas que vestia, ou por ter deixado que o agressor a machucasse, como se fosse escolha da vítima ser estuprada ou não.
Fora os casos de corrupção, agressão à mulher, desrespeito aos idosos, preconceito à todos os tipos de raça, bullying e cyberbullying (dentro e fora das escolas) e outras pecuinhas da sociedade, A MINHA GERAÇÃO anda lutando pelos seus direitos, tanto na internet como fora dela, porque todos nós estamos cansados de ser alvos da hipocrisia, porque eu não aguento mais escutar que eu deveria usar saia e não calça, que eu deveria calçar um salto alto e não o meu all star surrado, que rock é coisa de louco, que menina tem que ter letra bonita, que é preciso ser magra ou estar namorando para ser feliz.
Sinceramente? Eu cansei. Eu realmente cansei de tudo isso, e eu e a minha geração estamos lutando pra que isso realmente acabe. Chega de encoxadas nas conduções, da mão boba, dos assovios, daquelas cantadas idiotas quando você anda na rua, daquelas olhadas que dá vontade de correr pra dentro de casa e não sair nunca mais.
Essas são pelo menos metade das causas pelas quais a minha geração está lutando. E você, de que lado está?

"Não quero ser um idiota americano
Não quero uma nação governada pela nova mídia
Você pode ouvir o som da histeria?
A mente subliminar fode a América."
American Idiot - Green Day