Uma Passagem Para O Infinito: Eu nunca me amei, eu nunca me entendi.

26/10/2015

Eu nunca me amei, eu nunca me entendi.


Já se sentiu deslocado alguma vez? Como se não se encaixasse em nenhum lugar? É assim que me sinto todos os dias da minha vida. Não me encaixo na escola, não me encaixo em casa, não me encaixo no meu grupo de amigos, não me encaixo na sociedade.
Não consigo ser boa fazendo coisa alguma, não consigo fazer bem o que eu gosto de fazer, não consigo fazer bem as coisas pelas quais me esforço em dobro por ser péssima, não consigo fazer bem nem o que eu sou ótima em fazer (que não são muitas coisas, por sinal).
Não consigo ser a pessoa que eu gostaria de ser, nem nunca gostei de mim mesma. Não consigo melhorar minhas atitudes, não gosto do que vejo no espelho, não gosto do que faço e vivo, e o mais irônico é que aconselho as pessoas a se aceitarem do jeito que são.
O pior de tudo é que eu sei exatamente o que eu quero e quem eu quero ser, mas eu realmente não consigo.
Talvez eu seja um paradoxo maluco, sei lá, talvez seja isso a única coisa na qual sou boa de verdade: aconselhar as pessoas a não fazerem as mesmas burrices que eu faço e vivo.
Sou um poço de frustrações e desejos não realizados. Emano uma aura tão negativa que nem eu mesma me suporto. Não acredito mais em nada, não me interesso mais em nada, não corro atrás de mais nada também. Minha zona de conforto é péssima, mas não consigo mais sair dela, porque nunca dá certo, olha, nunca deu. Prefiro escrever linhas e mais linhas de pensamentos incompletos e não compartilhar com ninguém, até porque ninguém entenderia, ninguém nunca se importou em entender.
Cansei de buscar pelo amor próprio e pela mudança. O amor próprio, bem, ele me rejeita. As mudanças? Nunca permanecem.
Aos que achavam que me conheciam, me desculpe, ninguém me conhece. Acho que nem eu mesma me conheço afinal, já que nem eu mesma me entendo.
Não é mais como se eu me importasse, afinal. Tenho que conviver com o ogro dentro de mim, é a minha sina. Felizmente não me importo mais com a opinião alheia.
Enquanto isso, continuo fazendo textos sem nexo algum, que começam de um jeito e terminam de outro, e que, geralmente, nunca são publicados.

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